Rota do 40

14 a 15/05/2004 | Mocooca/PA

PATROCINADORES DESTE EVENTO
Quarenta do Mocooca é uma vila de pescadores localizada no litoral paraense, no município de Maracanã. Este foi o destino da expedição do Jeep Clube do Pará no mes de maio. Um comboio formado por 15 veículos partiu de Belém na noite do dia 14, sexta-feira para seguir viagem pela BR-316 rumo a Igarapé-Açu, onde o nosso companheiro Geraldo nos aguardava em sua fazenda. A primeira parada aconteceu no posto do Km 21, onde graças à gentileza dos seus funcionários, todos puderam reabastecer os jipes nas bombas que foram abertas exclusivamente para nos atender. Ao chegarmos na fazenda do Geraldo, fomos recebidos com uma recepção calorosa de nosso amigo jipeiro, que ofereceu de entrada um saboroso churrasco, servido na sede da propriedade. As 35 pessoas que compunham a tropa foram acomodaram-se confortavelmente para se recompor do farto jantar. Afinal, no dia seguinte é que o bicho iria pegar. Alguns companheiros ainda ficaram divertindo-se ao som de um poderoso brega que rolava em um dos barracões da fazenda. Na manhã de sábado, mais uma vez Geraldo mostrou que sabe receber seus convidados. Um café da manhã 5 estrelas já estava servido quando o pessoal começou a acordar. Por volta das dez horas, partimos em direção ao nosso destino, a vila de Quarenta do Mocooca.
Depois de rodarmos aproximadamente 6 km pelo ramal de terra batida, encontramos nosso primeiro obstáculo. Uma ponte quebrada obrigou a todos transpor um igarapé (pequeno riacho), cuja saída oferecia uma boa dose de dificuldade. Todos os novatos tiveram de ser auxiliados, pois atolaram na lama que se formou na volta ao ramal. Para completar a festa, a Ford Ranger do Nelson ficou engatada em um grosso tronco de árvore que estava submerso no igarapé, só saindo de lá após retirarmos o tronco com o auxílio do guincho elétrico da Toyota Bandeirante do Gilberto Duelo. Quando pensávamos que a primeira dificuldade já havia sido vencida, mais uma vítima surgiu: a instalação elétrica da Toyota derreteu com o uso do guincho. Acabamos rebocando a Toyota do Duelo até um local onde pudemos reparar a instalação e seguir viagem. Depois de resolvido o problema, continuamos a rodar pelos ramais de terra, enfrentando erosões, pequenos riachos e outros obstáculos sem grandes problemas. A única parada aconteceu na travessia de outro igarapé, onde o PitBull - o CJ-5 do Rogério, apagou o motor porque estava com o tubo do snorkel solto. Por sorte, o motor não chegou a beber água.
Ao chegarmos no local conhecido como Campo da Mangaba, a brincadeira começou a melhorar. Encontramos uma parte do campo ainda bastante molhada, dificultando em muito a passagem. Mais uma vez, a experiência e o equipamento adequado falou mais forte. A maioria dos novatos deve de ser auxiliada na passagem, seja pela inexperiência, seja pela falta de pneus apropriados. O único veterano que atolou, foi mais uma vez Nelson, a bordo da sua Ranger. Apesar de contar com um equipamento poderoso e de ter experiência nas trilhas, acabou atolando feio no meio do mingau que se formou após a passagem de todos os outros jipes, já que sua posição era a última do comboio. Para retirar a Ranger do atoleiro, foi necessário formar uma verdadeira locomotiva, reunindo 5 carros interligados. Foram mais de sessenta minutos de trabalho ininterruptos em meio à muita lama. Como sempre, ao conseguirmos resgatar Nelson fizemos uma verdadeira festa. Afinal, todo este esforço e solidariedade faz parte do verdadeiro espírito jipeiro.
Após a operação resgate, retomamos nosso curso rumo à Mocooca. No caminho, tomamos um susto. Guto Potiguar saiu da pista, caindo em um barranco, quase tombando seu Troller. Após checarmos que nada acontecera com o piloto, nos deparamos com outra operação complicada, pois o Troller estava em uma posição delicada e poderia tombar a qualquer momento. Foi necessário que Nelson literalmente jogasse sua Ranger na lama, atolando propositadamente, para que pudesse tomar um posicionamento que permitisse puxar o Troller para um local mais estável. Feito isso, desatolamos a Ranger com o auxílio da Land 110 de Alonso, para depois puxarmos o Troller de Guto de dentro da lama. Toda esta estratégia foi elaborada por Jaime Ricardo. Refeitos do susto, rumamos em direção à vila, onde chegamos já de noite, indo direto a um pequeno restaurante para lá recuperarmos nossas energias. Graças ao trabalho de levantamento da trilha feita por Jaime Ricardo, nosso diretor técnico, já fomos recebidos no restaurante com a comida pronta. Um jantar delicioso, que só encontramos nessas longínquas vilas de pescadores, pode ser saboreado por todos. Além do jantar, ainda pudemos tomar um gostoso banho de água de poço, numa cacimba localizada em um terreno ao lado do restaurante. Depois de saciarmos a fome e tirarmos a lama do corpo no banho gelado, saímos da vila para montarmos acampamento na chamada Praia do Amor. No caminho até o acampamento, ainda tivemos mais aventura. O Javali do novato Arly Jr atolou novamente, desta vez na areia. A tração dianteira não conseguia funcionar. A dormida na praia, sob um céu deslumbrantemente estrelado foi inesquecível. Pena que na manhã seguinte nos restava apenas a volta à Belém.
Ainda bem que nesta volta, outras surpresas ainda nos aguardavam. Saimos de Mocooca rumo a um igarapé já conhecido pelos veteranos, que o apelidaram de Igarapé da Meia Noite, devido à uma parada anterior no mesmo local. Lá, nosso companheiro Gilberto Duelo mais uma vez fez questão de brindar a todos com sua apurada técnica de churrasqueiro. Nosso amigo Luís Vasconcelos levou um balde de peixe para completar a festança, que ajudei a preparar providenciando um verdeiro "avoado" (peixe grelhado diretamente na brasa, à moda dos pescadores nativos). Almoçamos e nos divertimos nas águas geladas do igarapé, para em seguinda retomarmos a estrada em direção à Belém. Tivemos ainda que dar um jeito no Javali de Arly, que teve o diesel contaminado pela água de um igarapé durante uma travessia. Por fim, já no asfalto uma última supresa: o Pikaxu, o CJ5 do Jaime teve problema em um dos pneus, cujo bico rasgou, nos obrigando a parar para substituir o mesmo. Chegamos em Belém de noite, depois de rodarmos aproximadamente 400Km, sendo 213 Km em ramais de terra e pequenos trechos de asfalto esburacado, completamente exaustos mas felizes, como sempre, já ansiosos pela próxima aventura.
Este evento teve a participação de 15 jipes, pilotados por 8 sócios e 7 convidados, com a companhia de 12 zequinhas.
Piloto Zequinhas Veículo
Magaiver Cida, Renato Jamanta - Willys F-75
Jaime
Gilberto Duelo Edi
Hérycles Celeste, Érika, Yuri Pathifa - Nissan Pathfinder
Tavinho
Nelson Sami, Tiago, Silaine Pânico - Ford Ranger
Rogério Politi Enrico, Daniel Pit Bull - Jeep Willys CJ5
Ewerton Thays
Convidados
Arly Rafael
Barral
Carlos Marra
Marcelino Vivi
Vasconcelos Patchanga - Toyota Hilux
Plisnou Pavoroso - Land Rover Defender 110
Tonico Catarina, Lucas Manuel O Audaz - Toyota Bandeirantes

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